Dramaturgia
MIRADA

"A primeira brisa na pele diz que estou em outro lugar, o sol está ali mas de olhos fechados só vejo vermelho amarelo e laranja e preto quando me tampam os olhos.
NAS CALÇADAS LONA AZUL
NO CHÃO O AZUL É O MESMO
AZUL
AZUL
AZUL
Sacola, caixa, lona, preto, marrom, azul, bagagem, peso, pertence, casa nas costas."


Mirada é o trabalho de formatura de Carol Pitzer na SP Escola de Teatro. Em parceria com Pedro P. Silva no dramaturgismo, esta pesquisa cênica busca articular a questão do refugiado no Brasil a partir da linguagem performativa. Um dos conceitos principais que regem esta intervenção é o de não pertencimento, de trânsito contínuo. Do ponto de vista daquele que recebe (nós, o Brasil), o refugiado nunca será compreendido na sua totalidade, sempre será visto a partir da nossa própria história, da nossa cultura, da nossa língua. A desterritorialização do refugiado o torna um sujeito incompleto e incompreendido. Nesse sentido, a performance como linguagem busca propor uma experiência de transitoriedade e de parcialidade da experiência: o espectador nunca tem uma visão do todo.
FICHA TÉCNICA
Atuantes: Ana Clara Bomio, Ingrid Alecrim, Jamile Godoy, Lettícia Moraes, Lucas Zamaia Encenação: Emílio Rogê, Letícia Sereda / Dramaturgia e Dramaturgismo: Carol Pitzer e Pedro P. Silva / Direção de Cena: Hálida Maria / Técnico de Cena: Vitor Silva / Direção de Arte: Adriana Barreto, Beathriz Macedo, Cássio José Nogueira, Laís Perini / Interferência Cênica e Arquitetura de Luz: Sibila, Paulo Abe, Rodolfo Portal de la Cruz / Dramaturgia Sonora: David Bemfica, Fábio Freund, DJ ErryG